A literatura começou a existir no Brasil através da colonização
europeia pelos portugueses. Até então, a literatura portuguesa, formada e
influenciada pela literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão
padronizada dos gêneros literários, a qual se fundamentou nos dias de hoje por
meio do filósofo Aristóteles. Esta separação facilita a identificação das
características temáticas e estruturais das obras, sejam elas em prosa ou em
verso. Logo, quanto ao conteúdo (tema) e à estrutura, podemos enquadrar as
obras literárias nos gêneros literários seguintes:
• Épico: é a narrativa com temática histórica; são os feitos heroicos de um determinado povo. O narrador conta os fatos passados, apenas observando e relatando os feitos objetivamente, sem interferência, o que torna a narrativa mais objetiva.
• Dramático: é o gênero ligado diretamente à representação de um acontecimento por atores.
• Lírico: gênero essencialmente poético, que expõe a subjetividade do autor e diz ao leitor do estado emocional do “eu-lírico”.
Os gêneros literários são como grupos familiares que reúnem
nas mesmas categorias obras com atributos semelhantes. Estes textos são
organizados conforme suas propriedades formais. As primeiras divisões surgiram
na Era Antiga com os filósofos gregos Platão e Aristóteles. Esta
categorização é elástica, portanto um determinado conteúdo pode transitar entre
uma e outra modalidade, as quais são normalmente classificadas em subgrupos.
Todos os
gêneros, porém, partem de uma classificação padrão, adotada desde a Antiguidade: narrativo ou épico; lírico e dramático. Deste tronco principal partem as
ramificações menores, ou seja, os subgêneros.
Literatura Cearense
O Ceará é terra de muitos
escritores e poetas importantes, podendo-se citar, dentre muitos outros: José de Alencar, Domingos Olímpio, Rachel de Queiroz, Adolfo Caminha, Antônio Sales, Jáder Carvalho, Juvenal Galeno,J. Camelo Ponte, Gustavo Barroso e Patativa do
Assaré.197
A literatura cearense
foi sempre caracterizada por florescer em torno de grupos literários. O
primeiro desses grupos de desenvolvimento literário foi Os Oiteiros, que, embora
mantendo os padrões típicos do Arcadismo,
soube encontrar uma cor local para descrever o fugere urbem e o carpe
diem típicos daquela escola.
No final
do século XIX, surgiu a Padaria
Espiritual, uma agremiação cultural formada por jovens escritores,
pintores e músicos. Vários autores criticavam as instituições e valores então
vigentes com discurso irônico, irreverência, espírito crítico e sincretismo
literário.198 Para alguns críticos literários e
historiadores, essa agremiação pode ser considerada um movimento pré-modernista
que já apresentava alguns aspectos do Modernismo, que só surgiria com força em São Paulo em1922.
Contemporânea à Padaria Espiritual, a Academia
Cearense de Letras foi
fundada em 1894 sendo uma das principais instituições
literária do estado, congregando alguns dos nomes mais ilustres da literatura
estadual.199 Hoje, existem diversas instituições
similares em todo o Ceará.
O Modernismo se
consolidou no Ceará por meio do movimento Clã,
fundado nos anos 1940, que congregou diversos escritores renomados cearenses:
Moreira Campos, João Clímaco Bezerra, Antônio Girão Barroso, Aluísio Medeiros,
Otacílio Collares, Artur Eduardo
Benevides, Antônio Martins
Filho, Braga Montenegro,Manuel Eduardo
Pinheiro Campos, Fran Martins, José Camelo Ponte, José Stênio Lopes,
Milton Dias, Lúcia Fernandes Martins e Mozart Soriano Aderaldo.200
Na década
de 1970, surgiram outros dois importantes grupos literários no Ceará: O Saco, uma revista artística
inusitada, pois era distribuída com folhas soltas guardadas dentro de um saco;
e o Grupo Siriará, que
reuniu diversos jovens escritores, propondo uma literatura cearense autêntica e
desvinculada dos estereótipos que se estabeleceram na retratação literária do
ambiente cearense.
O Ceará
também possui escritores pós-modernistas renomados, embora, em sua maior parte,
pouco conhecidos. Podem-se citar, dentre eles, Pedro Salgueiro, Natércia
Campos, Airton Monte, Tércia
Montenegro, Raymundo Netto dentre outros.
A literatura de
cordel tem destaque
nas letras cearenses desenvolvendo-se expressivamente em Juazeiro do Norte,
desde as primeiras décadas do século passado. Em Fortaleza, a Literatura de
Cordel surgiu no período da Oligarquia de Nogueira Accioly, período esse, em
que circularam alguns folhetos destratando a figura do governador cearense.
Patativa do Assaré é um dos maiores destaques nesse tipo de literatura.
OS OITEIROS
Florescendo por volta
de 1813 ou 1814, a literatura desse tempo
é representada pelos poemas de um grupo que reunia em tomo do Governador
Sampaio (Cel. Manuel Inácio de Sampaio) , em sessões palacianas que ficaram
famosas sob a designação de Oiteiros,
onde se destacavam os nomes de Pacheco
Espinosa, Castro e Silva, Costa Barros e outros. Sua poesia não se
afastava dos louvores aos heróis e aos governan tes, com o que seguiam dos
postulados neoclássicos de Luís Antônio
Verney, teórico da corrente em Portugal;
mas, ainda impregnados de racionalismo
barroco, os poetas dos Oiteiros não se
entregaram aos temas pastoris, a fim de embelezar a realidade. Daí, sua produção
versificada, que não se eleva pela
grandeza do estro, não poder ser considerada puramente arcádica ou
neoclássica
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