terça-feira, 22 de outubro de 2013

                         Gêneros literários

                                 

A literatura começou a existir no Brasil através da colonização europeia pelos portugueses. Até então, a literatura portuguesa, formada e influenciada pela literatura greco-romana, seguia a tradição da divisão padronizada dos gêneros literários, a qual se fundamentou nos dias de hoje por meio do filósofo Aristóteles. Esta separação facilita a identificação das características temáticas e estruturais das obras, sejam elas em prosa ou em verso. Logo, quanto ao conteúdo (tema) e à estrutura, podemos enquadrar as obras literárias nos gêneros literários seguintes:

• Épico: é a narrativa com temática histórica; são os feitos heroicos de um determinado povo. O narrador conta os fatos passados, apenas observando e relatando os feitos objetivamente, sem interferência, o que torna a narrativa mais objetiva.
• Dramático: é o gênero ligado diretamente à representação de um acontecimento por atores.
• Lírico: gênero essencialmente poético, que expõe a subjetividade do autor e diz ao leitor do estado emocional do “eu-lírico”.
 Os gêneros literários são como grupos familiares que reúnem nas mesmas categorias obras com atributos semelhantes. Estes textos são organizados conforme suas propriedades formais. As primeiras divisões surgiram na Era Antiga com os filósofos gregos Platão e Aristóteles. Esta categorização é elástica, portanto um determinado conteúdo pode transitar entre uma e outra modalidade, as quais são normalmente classificadas em subgrupos.
Todos os gêneros, porém, partem de uma classificação padrão, adotada desde a Antiguidade: narrativo ou épico; lírico e dramático. Deste tronco principal partem as ramificações menores, ou seja, os subgêneros.



                                      Literatura Cearense

                          

O Ceará é terra de muitos escritores e poetas importantes, podendo-se citar, dentre muitos outros: José de Alencar, Domingos Olímpio, Rachel de Queiroz, Adolfo Caminha, Antônio Sales, Jáder Carvalho, Juvenal Galeno,J. Camelo Ponte, Gustavo Barroso e Patativa do Assaré.197
A literatura cearense foi sempre caracterizada por florescer em torno de grupos literários. O primeiro desses grupos de desenvolvimento literário foi Os Oiteiros, que, embora mantendo os padrões típicos do Arcadismo, soube encontrar uma cor local para descrever o fugere urbem e o carpe diem típicos daquela escola.
No final do século XIX, surgiu a Padaria Espiritual, uma agremiação cultural formada por jovens escritores, pintores e músicos. Vários autores criticavam as instituições e valores então vigentes com discurso irônico, irreverência, espírito crítico e sincretismo literário.198 Para alguns críticos literários e historiadores, essa agremiação pode ser considerada um movimento pré-modernista que já apresentava alguns aspectos do Modernismo, que só surgiria com força em São Paulo em1922. Contemporânea à Padaria Espiritual, a Academia Cearense de Letras foi fundada em 1894 sendo uma das principais instituições literária do estado, congregando alguns dos nomes mais ilustres da literatura estadual.199 Hoje, existem diversas instituições similares em todo o Ceará.
O Modernismo se consolidou no Ceará por meio do movimento Clã, fundado nos anos 1940, que congregou diversos escritores renomados cearenses: Moreira Campos, João Clímaco Bezerra, Antônio Girão Barroso, Aluísio Medeiros, Otacílio Collares, Artur Eduardo Benevides, Antônio Martins Filho, Braga Montenegro,Manuel Eduardo Pinheiro Campos, Fran Martins, José Camelo Ponte, José Stênio Lopes, Milton Dias, Lúcia Fernandes Martins e Mozart Soriano Aderaldo.200
Na década de 1970, surgiram outros dois importantes grupos literários no Ceará: O Saco, uma revista artística inusitada, pois era distribuída com folhas soltas guardadas dentro de um saco; e o Grupo Siriará, que reuniu diversos jovens escritores, propondo uma literatura cearense autêntica e desvinculada dos estereótipos que se estabeleceram na retratação literária do ambiente cearense.
O Ceará também possui escritores pós-modernistas renomados, embora, em sua maior parte, pouco conhecidos. Podem-se citar, dentre eles, Pedro Salgueiro, Natércia Campos, Airton Monte, Tércia Montenegro, Raymundo Netto dentre outros.
A literatura de cordel tem destaque nas letras cearenses desenvolvendo-se expressivamente em Juazeiro do Norte, desde as primeiras décadas do século passado. Em Fortaleza, a Literatura de Cordel surgiu no período da Oligarquia de Nogueira Accioly, período esse, em que circularam alguns folhetos destratando a figura do governador cearense. Patativa do Assaré é um dos maiores destaques nesse tipo de literatura.

                                          OS OITEIROS

Florescendo por volta de 1813 ou 1814, a literatura desse  tempo é representada pelos poemas de um grupo que reunia em tomo do Governador Sampaio (Cel. Manuel Inácio de Sampaio) , em sessões palacianas que ficaram famosas sob  a designação de Oiteiros, onde se destacavam os nomes de  Pacheco Espinosa, Castro e Silva, Costa Barros e outros. Sua poesia não se afastava dos louvores aos heróis e aos governan­ tes, com o que seguiam  dos postulados neoclássicos de  Luís Antônio Verney, teórico da corrente em  Portugal; mas,  ainda impregnados de racionalismo barroco, os poetas dos  Oiteiros não se entregaram aos temas pastoris, a fim de embelezar a realidade. Daí, sua produção versificada, que não  se eleva pela grandeza do estro, não poder ser considerada pu­ramente arcádica ou neoclássica